Título
A relação educadora-criança e as amizades das crianças: o risco como variável moderadora
Autor
Raimundo, André Miguel Marques
Resumo
pt
No presente estudo, pretendeu-se avaliar de que forma é que a relação educadoracriança, avaliada através de subescalas de proximidade e conflito, está associada à
qualidade e quantidade de amizades recíprocas formadas pelas crianças, e em que
medida é que a acumulação de fatores de risco modera essa relação. Fizeram parte do
estudo 340 crianças (175 do sexo masculino e 165 do sexo feminino), de 58 salas de
educação pré-escolar, da rede pública e da rede privada, 58 educadoras de infância e os
prestadores de cuidados das crianças, ao longo dos anos letivos de 2015/2016 e
2016/2017. Foram aplicados instrumentos aos múltiplos informadores do estudo,
incluindo questionários para as Educadoras da infância, de modo a avaliar a qualidade
das amizades em contexto educativo e a sua perceção da relação educadora-criança;
questionários dirigidos aos prestadores de cuidados das crianças, para avaliar os fatores
de risco de cada família e entrevistas sociométricas junto das crianças, de forma a obter
avaliações e nomeações sociométricas, e assim, avaliar o número de amizades
recíprocas. Os resultados demonstram que o sexo da criança e o conflito educadoracriança têm um efeito negativo no número de amizades recíprocas das crianças. De
futuro, seria importante considerar variáveis socioeconómicas como fatores de risco e
recorrer a outros informantes para obter informação adicional acerca das amizades das
crianças.
en
The goal of this study was to investigate the association between teacher-child
relationships, assessed through proximity and conflict subscales, and the quality and
quantity of children’s reciprocal friendships, while investigating the moderating role of
the accumulation of risk factors. The present study included 340 children (175 boys and
165 girls), of 58 preschool classrooms, from public and private centers, 58 preschool
teachers and the caregivers of the children, during the school years of 2015/2016 and
2016/2017. We applied instruments to multiple informants, including questionnaires for
preschool teachers, to evaluate the quality of the children’s friendships and teacher’s
perceptions of the teacher-child relationship; questionnaires to the caregivers of children
to assess the number of risk factors of each family; and sociometric interviews with the
children, to obtain sociometric ratings and nominations, and thus, compute the number
of reciprocal friends. The results show that the gender of the children and teacher-child
conflict were negatively associated with the number of the reciprocal friends. In the
future, it would be important to consider socioeconomic variables as risk factors and use
other type of informants to get additional information about children’s friendships.