Título
Liberdade artística e mercado
Autor
Costa, Júlio Francisco Ribeiro da
Resumo
pt
Esta dissertação visa refletir sobre a liberdade de criação, de produção e de exposição dos
artistas face às contingências do mercado de arte contemporâneo no seio do chamado
"Artworld", o 'mundo da arte', tal como o definiu e caracterizou Arthur C. Danto (e outros), e
no quadro da globalização hodierna. Analisa-se esta secção do mercado na perspetiva das
possibilidades e limites que são colocados à liberdade criadora e ao novo estatuto social dos
artistas nos nossos dias. Para tal, analisar-se-ão conceitos operativos como o valor de uso,
valor de troca, e, de modo geral, o paradigma do sistema da arte contemporânea a um nível
teórico e prático, para que a reflexão, necessariamente parcelar, possa ser o mais abrangente
possível. Questões de ética, de alienação, de valor de mercadoria, de flutuações de gosto, de
critérios de avaliação, e de comportamentos deontológicos nas relações entre mercado e
artista, merecem a nossa atenção numa abordagem que, sendo transversal na sua articulação
entre o mundo da arte e a criação, não deixará de destacar, em várias perspetivas, os valores
que fundamentam o sistema da arte contemporânea nos nossos dias. Trata-se, em síntese, de
uma reflexão em torno da posição da obra de arte e dos artistas contemporâneos no vasto
mundo da arte influenciado pelo mercado. Concluindo, poderemos afirmar que defender a
qualidade é caminho para a liberdade artística.
en
his dissertation aims to think the artists' freedom of creation, production and exhibition in
the contemporary art market within the "Artworld", as defined by Arthur C. Danto (and
others), and in the context of the hodiernal globalization. This section of the market is
analyzed in the perspective of the possibilities and limitations that are placed on creative
freedom and on the new social status of the nowadays’ artists. For this purpose, operational
concepts such use-value, exchange-value, and, in general, the paradigm of the contemporary
art system will be analyzed at theoretical and practical level, so that the reflection,
necessarily parceled out, can be as intelligible as possible. Questions of ethics, alienation,
commodity value, fluctuations of taste, evaluation criteria, and deontological behavior in the
relations between market and artist deserve our attention in an approach that, being
transversal in its articulation between the world of art and creation, will not fail to highlight,
in various perspectives, the values that ground the contemporary art system in our days. In
summary, it is a reflection on the position of the work of art and contemporary artists in the
vast world of art influenced by the market. In conclusion, we can say that defending the
quality is the way to artistic freedom.