Título
Adoção dos objetivos de desenvolvimento sustentável por grandes empresas portuguesas: enfoque da integração e as lógicas subjacentes
Autor
Bastos, Cristina Silva
Resumo
pt
Dois anos depois do lançamento da Agenda 2030 da ONU, esta investigação procura identificar os níveis
de gestão privilegiados por cinco grandes empresas portuguesas na integração dos Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável, bem como as principais lógicas subjacentes a esta adoção.
A pesquisa empírica incluiu a realização de entrevistas a porta-vozes destas empresas e a sua análise
de conteúdo usando uma tipologia para os temas-objeto, fundada em considerações teóricas sobre
sustentabilidade corporativa.
Os resultados revelam que estas empresas estão a privilegiar diferentes níveis de gestão na integração
dos ODS. Há ainda diversas lógicas que justificam o envolvimento com a Agenda 2030, e o principal
racional não determina o enfoque da integração, em cada caso, embora o possa influenciar.
O setor em que cada empresa atua e a natureza do departamento responsável pelo tema oferecem
pistas para compreender as dinâmicas do processo, mas essas relações deverão ser exploradas em
pesquisas futuras, com um espectro de empresas mais amplo. Os fatores para o enfoque da integração
também merecem investigação mais orientada.
Fica comprovado que há vários caminhos para a adoção empresarial dos ODS, sugerindo-se ainda a
promoção da Agenda 2030 como um contrato ético e social que convoca as empresas, cujas metas e
prioridades devem ser claramente definidas pelo governo.
Esta investigação recomenda, assim, que a Agenda 2030 seja entendida como uma bússola ética global
que pode potenciar a RSE e facilitar a integração do desenvolvimento sustentável nos valores,
operações e estratégias empresariais, fomentando soluções conjuntas para desafios sociais e
ambientais complexos.
en
Two years after the launch of UN’s 2030 Agenda for Sustainable Development, this research aims to
identify which management levels are being privileged by five large Portuguese companies to integrate
the Sustainable Development Goals, as well as the underlying logics for such adoption.
The empirical research included interviews with spokespeople of these companies and analysis of their
content using a typology for the object themes, founded on theoretical considerations about corporate
sustainability.
The findings show that these companies are privileging different management levels in the integration of
the SDGs. There are also several reasonings that justify the involvement in the 2030 Agenda, and the
main rationale does not determine the integration focus in each case, though it can influence it.
The sector of each company and the nature of the department responsible for the subject offer clues to
understanding the process dynamics, but future investigation is needed to explore these connections, by
expanding the scope of companies. Factors for integration focus also deserve more oriented research.
It is proven that there are several ways to adopt the SGDs, while also suggesting the promotion of the
2030 Agenda as an ethical and social contract that calls on companies to act, whose targets and priorities
must be clearly defined by the government.
This investigation therefore advises that the 2030 Agenda be considered a global ethical compass which
can potentiate SER and facilitate the integration of sustainable development in corporate values,
operations and strategies, fostering joint solutions for complex social and environmental challenges.