Título
Portuguese teachers' beliefs on assessment and grade repetition
Autor
Cipriano, Gabriel
Resumo
pt
A retenção escolar tem sido comumente usada nas escolas portuguesas como forma
de intervenção junto dos alunos com baixo aproveitamento escolar. Sendo a retenção escolar
usada de forma tão recorrente nas escolas portuguesas impera refletir se está a ser usada de
forma correta. A presente pesquisa tem como objetivo compreender quais são as conceções
que os professores têm sobre a avaliação, o que acreditam ser os propósitos da avaliação na
escolaridade obrigatória e se suas crenças sobre a avaliação estão alinhadas com as políticas
públicas nacionais. Para além disso, pretende também compreender porque é que os
professores portugueses utilizam a retenção escolar de forma tão recorrente quando não é
cientificamente recomendada, não é defendida como o melhor procedimento por parte do
ministério da educação e não é mais barato em comparação com outras soluções mais
eficientes.
Com evidências que sugerem que os professores portugueses estão a subavaliar os
seus alunos, ou pelo menos estão a avaliá-los com critérios diferentes dos professores de
outros países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), é
importante procurar perceber se os critérios de avaliação e a forma como os professores
portugueses avaliam os seus alunos são apropriados e como encaram os professores
portugueses diferentes abordagens.
Para tal, foi realizado um grupo focal e um inquérito a uma amostra representativa da
população docente portuguesa com um grau de confiança de 95% e uma margem de erro de
2,3%. Estes procedimentos permitiram concluir que os professores portugueses têm crenças
pessoais em relação à avaliação e à retenção, crenças essas que interferem na avaliação que
fazem dos seus alunos. Essas crenças e conceções têm assim impacto na atividade docente
e conseguem sobrepor-se às políticas educativas nacionais, às leis da educação e às
recomendações científicas.
en
Grade repetition has commonly been used in Portuguese schools as a form of
intervention for students that have been evaluated as a low achievers. With grade repetition
being used so frequently, it is necessary to reflect as to whether it is being used appropriately.
Hence, the present research aims to understand what are the perceptions that teachers have
about assessment, what they believe are the purposes of assessment in compulsory school,
and whether their beliefs about assessment are in line with the guidelines on national education
policy. Moreover, it also aims to understand why Portuguese teachers use grade repetition as
a common resource when it is not scientifically recommended, it finds no support as the best
procedure in national educational policy and it is not cheaper when compared with other more
efficient solutions.
With evidence that suggests that Portuguese teachers are underassessing their
students, or at least they are doing so with criteria different from teachers in other countries of
the Organisation for Economic Co-operation and Development (OECD), it is important to
understand if the Portuguese teachers’ assessment criteria are suited to their students and
how Portuguese teachers perceive new approaches.
To do so, a focus group was created and a survey carried out of a representative
sample of Portuguese teachers’ population, with a 95% confidence level and a margin of error
of 2.3%. These procedures led to the conclusion that Portuguese teachers have personal
beliefs towards assessment and grade repetition that interfere with the assessment they make
on their students. The respective beliefs and conceptions have an impact on their practice and
succeed in superimposing themselves on national educational policies, educational laws and
scientific recommendations.