Título
Ownership structure and firm performance: Evidence from German companies during and after the financial crisis of 2008-2011
Autor
Santos, Ana Rita da Silva Portugal dos
Resumo
pt
Enquanto o mundo recupera dos efeitos da crise financeira mais recente, a ameaça
eminente de uma nova crise paira sobre as economias. Muitos atribuiram a causa da crise
financeira de 2008 a práticas erradas de governação corporativa, em particular a tomada
de risco excessivo e má monitorização. Um dos mecanismos que deveria prevenir tais
acontecimentos é a estrutura accionista, uma vez que é o dever dos accionistas proteger a
empresa, por forma a que esta continue a existir para satisfazer os seus interesses.
O modelo peculiar de governação corporativa alemão tem sido amplamente estudado para
tentar entender se as suas caracteristicas melhoram o desempenho das empresas ou não.
Através de uma amostra de 250 empresas para os anos de 2007 a 2016, o presente estudo
procura o entender o impacto que diferentes tipos de accionistas (sejam membros
internos, institucionais ou famílias) tiveram na empresa durante e depois da crise
financeira.
Usando um modelo econométrico, concluiu-se que famílias como accionistas tiveram um
impacto positivo na empresa durante os dois periodos, característico da sua visão
orientada para o longo prazo. Por outro lado, accionistas institucionais tiveram um
impacto negativo, uma vez que o seu objectivo é a maximização de lucros e não
assistência durante períodos conturbados. Os membros internos impactaram o
desempenho positivamente durante a crise, mas negativamente depois dela. Estes
resultados confirmam o conceito de enraização pois, em tempo de crise, tentam melhorar
o desempenho da empresa, mas depois procuram recompensas pelos seus esforços, dando
origem a problemas de agência.
en
While the world is still recovering from the effects of the latest financial crisis, the threat
of another one wanders again over economies. Many have attributed the causes of the
financial crisis of 2008 to wrong corporate governance practices, especially excessive risk
taking and bad monitoring. One of the corporate governance mechanisms which should
prevent such events is ownership structure, as shareholders’ duty is to protect the
company’s activity in order for it to prevail and satisfy their interests.
Germany’s peculiar corporate governance model has been long studied in an attempt to
understand whether its characteristics ensure better corporate performance or not. Using
a sample of 250 firms from 2007 to 2016, the present study aims to understand the impact
that different shareholder types (i.e. insiders, institutional and family) had on firm
performance during and after the financial crisis.
Through an econometric analysis, one can conclude that family shareholders present a
positive impact on performance during both periods, aligned with their long-term view of
the business. Institutional shareholders have a negative impact on performance during the
periods in analysis, given their focus on return maximization and not in assisting the
company on sustaining market downturns. Contrarily, insiders have impacted
performance positively during the crisis, but negatively after it. These non-linear results
confirm the inherent effect of entrenchment as, in times of crisis, insiders attempt to
improve company’s performance, however afterwards they seek rewards for their efforts,
leading to agency problems.