A pandemia por COVID-19 tem proporcionado vários desafios na vida das pessoas, nomeadamente ao nível da articulação trabalho-família. O trabalho presencial, para alguns indivíduos, foi substituído pelo teletrabalho e as aulas presenciais passaram a ser realizadas online. Esta mudança de rotinas, para algumas mulheres, foi um enorme desafio, sobretudo ao nível da articulação trabalho-família. Assim, o presente estudo teve como propósito identificar as estratégias de coping que as mulheres, com filhos, implementaram para lidar com a experiência em teletrabalho e a articulação trabalho-família, bem como também foram identificados os stressores e os recursos que estiveram presentes durante quatro fases da pandemia. Foi realizado um estudo qualitativo composto por 23 mulheres, com filhos, através da realização de entrevistas semiestruturadas. A análise dos dados foi realizada através da análise temática template, recorrendo ao software MAXQDA2020. Os resultados revelaram uma diversidade de estratégias de coping especialmente de natureza individual. Os stressores mais mencionados incidiram na família. Relativamente aos recursos, a família assumiu um papel de relevo, destacando-se o apoio do apoio do cônjuge. Verificou-se ainda que algumas mulheres avaliaram a experiência em teletrabalho como sendo negativa, ao terem mencionado situações de conflito trabalho-família. No entanto, também foi possível verificar o contrário, uma das explicações para estes resultados incide no acesso aos recursos e utilização de estratégias que foram utilizadas para conciliar as duas esferas de forma equitativa. Verificou-se a necessidade das organizações ofereceram recursos, sobretudo, ao nível da responsabilidade organizacional, de forma a diminuir os stressores do trabalho e da família.

The COVID-19 pandemic has created several challenges in people's lives, namely in what comes to the work-family balance. In-person work, for some individuals, was replaced by telecommuting and in-person classes started to be held online instead. This change of routines, for some women, was a huge challenge, especially for their work-family balance. This way, the present study aimed at identifying the coping strategies that women with children implemented in order to deal with the telecommuting experience and the work-family balance, as well as the stressors and resources that were present during four different stages of the pandemic. A qualitative study consisting of 23 women with children was carried out through semi-structured interviews. Data analysis was performed using thematic template analysis that utilized the MAXQDA2020 software. The results revealed a diversity of coping strategies, especially of an individual nature. The most mentioned stressors focused on the family. In regard to the resources, the family took on an important role, especially the spouse, whose support stood out. It was also found that some women rated their telecommuting experience as negative by mentioning situations of work-family conflict. However, it was also possible to verify the opposite. One of the explanations for these results focuses on the access to resources and the use of strategies to reconcile the two spheres in an equitable way. There was a need for organizations to offer resources, especially at the level of organizational responsibility, in order to reduce stressors from work and family.