A sociedade segue um percurso normal para comunicar através de imagens, concretizando uma produção cultural assente no sentido visual. Mas essa comunicação tende a votar o elemento imagético enquanto principal forma de relação. O resultado é o sucesso das redes sociais online, que não só permitem um espaço de expressão individual, como elegem a imagem como formato ideal de interação. Os restantes meios de comunicação têm de se adaptar a esta maior necessidade visualista. Mas, como pode a rádio, um engenho sonoro por excelência, responder a estes requisitos e como é que se pode integrar nas plataformas digitais sem colocar em causa o papel do som enquanto unidade central da produção radiofónica? Esta dissertação tem o principal objetivo de contribuir para a explicação desta adaptação. Para tal procedeu-se a uma análise das obras académicas que estudam os atuais modos de produção cultural e a forma como conduzem à relevância das redes sociais online. Posteriormente foram analisadas publicações de 10 rádios nacionais em duas plataformas diferentes ao longo de dois arcos temporais. O cruzamento destas análises indica uma dominância da imagem na comunicação das rádios nas redes sociais online. As próprias plataformas têm limitações à publicação de som, o que pode explicar este fenómeno. As rádios optam por apostar mais na promoção dos próprios perfis online do que da emissão e produção radiofónica. A rádio acabar por responder ao formato de eleição das redes sociais online, e recorre em grande escala à imagem para se relacionar com o público nessas plataformas.

Society follows a normal course to communicate through images, materializing a cultural production based on the visual sense. But this communication tends to vote the imagery element as the main form of relationship. The result is the success of online social networks, which not only allow a platform for individual expression but also elect the image as the ideal format for interaction. The remaining media have to adapt to this greater need for visuals. But how can radio, a sound engine par excellence, respond to these requirements and how can it be integrated into digital platforms without jeopardizing the role of sound as the central unit of radio production? This dissertation has the main goal of contributing to explaining this adaptation. To this end, an analysis of academic works that study the current modes of cultural production and how they lead to the relevance of online social networks was carried out. Subsequently, we analyzed publications from 10 national radio stations on two different platforms over two-time arcs. The intersection of these analyses indicates dominance of image in the communication of radios in online social networks. The platforms themselves have limitations to the publication of sound, which may explain this phenomenon. Radios choose to invest more in the promotion of their online profiles than in radio broadcasting and production. Radio ends up responding to the format of choice of online social networks and uses images to a large extent to connect with the public on these platforms.