O presente estudo insere-se num contexto pandémico, onde as formas de organização do trabalho se alteraram, dando lugar ao trabalho remoto, ou conhecido “teletrabalho”, como uma solução primordial ao ambiente vivido. Uma vez que esta é uma forma de trabalho que aparentemente perdurará, é fulcral que se estudem as suas consequências e fatores influenciadores, com vista ao bem-estar do colaborador e sucesso das organizações. Esta investigação tem como objetivo analisar a influência do Conflito Trabalho-Família (CTF) no desempenho do trabalhador em teletrabalho, bem como estudar o papel mediador do engagement na relação entre as duas variáveis mencionadas. Foi utilizada uma metodologia quantitativa, através da aplicação de um questionário online a uma amostra de 920 colaboradores em teletrabalho, de diferentes organizações e setores. Os resultados evidenciam o papel mediador do engagement na relação entre o conflito trabalho-família e o desempenho, bem como a influência negativa do CTF no engagement. Sendo que a relação direta entre o CTF e o desempenho não é significativa. A investigação empírica é bastante pertinente para organizações que pretendam adotar uma política de teletrabalho, uma vez que evidencia aspetos que devem ser tidos em consideração nas práticas adotadas, com vista à melhoria do bem-estar dos colaboradores e sucesso das organizações.

This study is part of a pandemic context, where the ways of organizing work have changed, giving rise to remote work, or known as "teleworking", as a primary solution to the environment experienced. Since this is a form of work that will apparently endure, it is crucial to study its consequences and influencing factors, with the aim of the employee's well-being and the organizations’ success. This research aims to analyze the influence of Work-Family Conflict (WFC) on telecommuting performance, as well as to study the mediating role of engagement in the relationship between these two variables. A quantitative methodology was used, through the application of an online questionnaire to a sample of 920 telecommuting employees from different organizations and sectors. The results show the mediating role of engagement in the relationship between workfamily conflict and performance, as well as the negative influence of WFC on engagement. The direct relationship between WFC and performance is not significant. The empirical research is quite relevant for organizations that intend to adopt a telecommuting policy, since it highlights aspects that should be taken into consideration in the practices adopted, with the aim of improving the well-being of employees and the success of organizations.