Título
Mapeamento da iniciativa empreendedora na economia social portuguesa: Criação do índice potencial empreendedor social (IPES)
Autor
Fonseca, Catarina da Costa
Resumo
pt
O presente estudo aborda a temática do empreendedorismo e das suas dinâmicas dentro do contexto
da economia social, sublinhando que a atividade de inovar integra a criação de novos produtos,
aplicação de novas formas de produção, gestão ou de abordar o mercado. Neste contexto, introduzse
o conceito da hibridização da própria economia social, e das organizações híbridas, que combinam
as características das organizações tradicionais sem fins lucrativos e empresas empreendedoras
tradicionais do setor privado. Enfatiza-se o propósito da missão social acima da maximização do lucro
e explicita-se como este conceito surgiu em Itália, no Reino Unido e Estados Unidos. Quanto à realidade
portuguesa, apresenta-se o conceito das “cooperativas de solidariedade social”, e como este é
insuficiente para demonstrar a existência ou não do fenómeno empreendedor na nossa economia
social nacional.
O presente estudo destaca a predominância das IPSS em Portugal, evidenciando a forte
dependência de subsídios e de incentivos fiscais, e a sua baixa diversidade de métodos de
financiamento, sobretudo métodos diferenciados dos tradicionais como o crowdfunding ou os
investidores sociais. Assim, através da criação de um índice de potencial empreendedor social (IPES),
identificaram-se potenciais organizações empreendedoras sociais com compromissos perante a
produtividade e a mensuração do impacto social que deixam na comunidade que servem. As
organizações com bom score de IPES, apostam em novas tecnologias, valorizam o networking, e
estudam o beneficiário, tomando decisões estratégicas a pensar no mesmo, como a seleção de canais
de comunicação e distribuição. Estas organizações demonstraram ter potencial para um crescimento
sustentável.
O presente documento conclui que, apesar da evidência de potenciais empreendedoras sociais
em Portugal, utilizando por base o IPES, ainda há um longo caminho a ser percorrido por estas
organizações, sobretudo no que diz respeito à conquista de independência financeira.
en
This study addresses the theme of entrepreneurship and its dynamics within the context of the social
economy, highlighting that the activity of innovation includes not only the creation of new products,
but the application of new forms of production; management or new ways of approaching the market.
In this context is introduced the concept of the hybridization of the social economy itself and of hybrid
organizations – where it is combine the characteristics of traditional non-profit organizations and
traditional entrepreneurial companies from the private. The purpose of the social mission is
emphasized above the maximization of profit and it is explained how this concept emerged in Italy,
the United Kingdom and the United States. As for the Portuguese reality, the concept of “social
solidarity cooperatives” is presented, and how this is insufficient to demonstrate the existence or not
of the entrepreneurial phenomenon in our national social economy.
This study highlights the predominance of IPSS in Portugal, evidencing their strong dependence
on subsidies and tax incentives, and their low diversity of financing methods, especially methods
different from traditional ones, such as crowdfunding or social investors.
Thus, through the creation of a Social Entrepreneurial Potential Index (SPI), potential social
entrepreneurial organizations were identified. These organizations were committed to productivity
and measuring the social impact they leave on the community they serve. Organizations with a good
SPI score invest in new technologies, value networking, and study the beneficiary, making strategic
decisions with them in mind, such as the selection of communication and distribution channels. These
organizations have demonstrated that they have the potential for sustainable growth.
This paper concludes that, despite the evidence of potential social entrepreneurs in Portugal,
based on the SPI, there is still a long way to go, especially with regard to achieving financial
independence.