Título
Os efeitos negativos da exigência de disponibilidade constante, imposta pela comunicação digital no bem-estar dos trabalhadores
Autor
Campos, Sara Raquel Santos
Resumo
pt
O desenvolvimento das TICs e a transformação digital do local de trabalho, alterou a forma
como os profissionais comunicam entre si. As interações físicas reduziram de forma acentuada,
enquanto as comunicações via meios digitais aumentaram drasticamente.
Os meios tradicionais de comunicação tornaram-se obsoletos devido às crescentes
exigências da sociedade, face a isso a utilização de comunicação digital no local de trabalho,
passa a ser uma questão altamente controversa. De um lado, ficam os autores que evidenciam
os seus benefícios, do outro os que alertam para uma série de consequências negativas.
Um dos efeitos colaterais associa-se à expectativa de disponibilidade constante, pois a
flexibilidade e a fácil acessibilidade aos meios digitais, cria nos trabalhadores a necessidade de
estar ligados permanentemente ao contexto laboral, levantando-se a seguinte problemática: A
exigência de disponibilidade constante, imposta pela utilização de comunicação digital no local
de trabalho prejudica os trabalhadores?
Nesse sentido, a presente investigação procura compreender se a exigência de
disponibilidade constante afeta negativamente o bem-estar dos trabalhadores, explorando em
simultâneo o papel mediador da telepressão no local de trabalho. Ademais, investigou o papel
moderador da autorregulação disposicional na relação entre a exigência de disponibilidade
constante e a telepressão. Para a concretização do estudo efetuou-se uma recolha de dados
através de um questionário online, tendo-se obtido uma amostra de 126 indivíduos.
Os resultados refletem evidências claras que a exigência de disponibilidade constante,
gera efeitos prejudiciais sobre o bem-estar dos indivíduos, principalmente se estes
experimentarem telepressão no local de trabalho e altos níveis de autorregulação disposicional.
en
The development of ICTs and the digital transformation of the workplace have significantly
changed how professionals communicate with each other. Physical interactions have sharply
declined, while digital communication has drastically increased.
Traditional communication methods have become obsolete due to the growing demands
of society. As a result, the use of digital communication in the workplace has become a highly
debated topic. On one side, some authors highlight its benefits, while others warn about a range
of negative consequences.
One of the key side effects is the expectation of constant availability. The flexibility and
easy accessibility of digital tools create a need for workers to remain continuously connected
to the workplace, raising the following issue: Does the constant availability required by digital
communication in the workplace harm employees?
This study aims to understand whether the demand for constant availability negatively
impacts employee well-being, while also exploring the mediating role of workplace
telepressure. Additionally, it investigates the moderating role of dispositional self-regulation in
the relationship between constant availability demands and telepressure.
To conduct this study, data was collected through an online survey with a sample of 126
individuals. The results provide clear evidence that the demand for constant availability has
harmful effects on individual well-being, especially when employees experience workplace
telepressure and high levels of dispositional self-regulation.