Título
A polarização do emprego em Portugal
Autor
Lopes, Inês Mota
Resumo
pt
Esta pesquisa oferece uma revisão da literatura sobre o fenómeno da polarização do emprego. Os fatores explicativos deste fenómeno identificados na literatura existente são: os avanços tecnológicos, a globalização e questões institucionais.
Para estudar o fenómeno da polarização do emprego em Portugal, esta investigação recorre ao Inquérito do Emprego do INE e analisa dados de 2011 a 2018 que permitem, através de três critérios definidos, identificar as mudanças ocorridas na estrutura do emprego nos últimos anos. A análise empírica possibilita identificar resultados distintos, consoante a ordenação das profissões de acordo com os critérios. Quando as profissões são ordenadas consoante o nível de educação dos trabalhadores não se verifica a presença do fenómeno em estudo. Por outro lado, quando as mesmas são ordenadas consoante a mediano dos rendimentos indicados pelos trabalhadores existem evidências do fenómeno da polarização. É de destacar também os resultados positivos observados na evolução do peso das profissões com qualificações e salários medianos altos.
Com estes resultados e de acordo com a literatura existente concluímos que deverá existir por parte dos decisores políticos uma atenção relativa às mudanças observadas na ordenação das profissões por rendimentos, no sentido de compreender a origem da diminuição observada na presença de trabalhadores a auferir rendimentos medianos intermédios. Todavia, apesar dos resultados positivos relativos ao peso de trabalhadores qualificados, o investimento na educação deve ser mantido e acompanhado por uma maior aposta no sector de Investigação e Desenvolvimento das empresas.
en
This research provides a review of the literature on employment polarization. The explanatory factors identified about this phenomenon are technological changes, globalization and institutional issues.
To study the polarization of employment in Portugal, the INE questionnaire was used. We analyze job polarization between 2011 and 2018, using three classification criteria that allow to identify the changes occurred in these years. This analysis helps identify distinct results in relation to the ordering of occupations by using these criteria. By classifying occupations according to workers' educational level, job polarization studied is not verified. On the other hand, by classifying them by the median income level, there is some evidence of employment polarization. Importantly, positive results were observed in the evolution of occupations with high educational qualification and high median salary.
Based on these results and according to the available literature, we can conclude that policymakers should pay attention to the changes mentioned above, namely to the classification of occupations by income, in order to understand the origin of the confirmed fall in workers receiving average wages. In addition, despite the observed positive results, investment in education must be undertaken and followed by increased interest in research and development by companies.