Título
A precariedade e as atitudes face ao trabalho e emprego: O efeito dos vínculos contratuais
Autor
Sousa, Cátia Andreia Vera Veríssimo de
Resumo
pt
A proliferação dos contratos precários ou atípicos e a consequente perda de estabilidade e
segurança dos postos de trabalho tem levantado questões ao nível organizacional, nomeadamente
nas diferenças de atitude face ao trabalho entre trabalhadores efectivos e “precários”.
Tendo como base uma amostra constituída por 150 trabalhadores de um Call Center,
entre os quais 78 trabalhadores com contrato sem termo, 38 com contrato a termo e 32 com
contrato de trabalho temporário, o principal objectivo deste estudo é analisar e comparar a
influência que os diferentes tipos de contrato exercem sobre as atitudes face ao trabalho,
nomeadamente a satisfação, a motivação e a ligação trabalhador – organização.
Os resultados demonstram que, contrariamente ao que a literatura tem vindo a defender os
trabalhadores efectivos não se encontram mais satisfeitos ou motivados quando comparados com
os contratados a termo, deixando adivinhar uma certa letargia neste sector contratual. Com efeito,
apesar da precariedade do seu vínculo, são os trabalhadores a termo que demonstram atitudes
mais positivas face ao trabalho.
Finalmente, o grupo que apresenta atitudes mais negativas face ao trabalho é o dos
trabalhadores temporários, o que leva a concluir que estes poderão ser considerados os
verdadeiros “precários”.
en
The precarious or atypical work contracts proliferation, and the resulting loss of work
stability and security, has raised questions regarding organizational standard, namely the question
as to whether or not different types of work contracts, such as permanent and atypical temporary
contracts determine different attitudes towards work.
With a sample of 150 Portuguese workers in a Call Center, among which 78 workers with
permanent work contracts; 38 with fixed-term contracts and 32 with temporary contracts, the
main goal of this study is to analyse and compare the attitudes of workers with different types of
work contracts towards work, namely satisfaction, motivation, and their relation with the
organization.
Data was collected by questionnaire and the results suggest that, despite the ideas usually
defended by litterature, permanent workers don`t seem to be more motivated or satisfied than
fixed-term workers. We may even guess a certain lethergy emerging from the permanent contract
sector.
As a matter of fact, and despite the precarious character of their work contract, fixed-term
workers demonstrate more positive attitudes and job satisfaction when compared with the other
groups.
Finally, the most negative attitudes are attached to temporary workers what may lead us
to the conclusion that they are the" real precarious".