Título
Cidadania e autoridade na escola pública democrática
Autor
Silva, Cristina Gomes da
Resumo
pt
A discussão sobre a escola pública na atual sociedade democrática inscreve-se em várias frentes e os discursos que vão sendo produzidos descrevem-na mais facilmente pelo que não é, comparada com a escola do passado, do que pelo que é, registando-se alguma dificuldade na atualização do seu perfil de acordo com as novas exigências a que tem sido submetida. Ela assume quase tantos rostos quantos os agentes que a procuram, buscando-lhe sentidos e atribuindo-lhe mandatos – o Estado, os políticos, os professores, os alunos, as famílias, o mercado de emprego, os media. A sua missão já não se resume à tríade do ler, escrever e contar, nem a um conjunto de aprendizagens profissionais diretamente relacionadas com o mundo do trabalho. Supõe-se também que ela forme cidadãos participativos, informados, competentes, solidários e responsáveis.
A inquietação, ditada pelo registo de alguns discursos sobre a “suposta” falta de rigor da escola democrática, levou-nos a requestionar o lugar da escola pública na sociedade democrática e a querer conhecer as opiniões de um dos grupos diretamente envolvidos no processo de ensino-aprendizagem: os diretores de turma.
Várias foram as questões que se nos colocaram: qual é o papel da escola pública numa sociedade democrática, todos os dias (re)construída (re)pensada, questionada? Como é que os professores perspetivam o seu papel enquanto agentes dessa escola? Que conceções têm de escola pública, de democracia, de cidadania e de autoridade?
en
The discussion about public school in the current democratic society inserts itself in several fronts and the speeches being produced describe it more easily by what it is not, compared to the school of the past, rather than by what it actually is, and some difficulty can be found to update its profile according to the new requirements it has been submitted to. It takes almost so many faces as the agents that seek it, looking for its senses and assigning it mandates – the state, the politicians, the teachers, the students and their families, the employment market, the media. Its mission restricts no more to the reading, writing and arithmetic triad, neither to a set of professional learning directly related to the working world. It is also supposed that it prepares citizens that are participative, informed, competent, supportive and responsible.
The discomfort, dictated by the tone of some speeches about the ‘alleged’ lack of rigor of the democratic school, led us to re-question the place of public school in the democratic society and to want to know the opinions of one of the groups directly involved in the teaching-learning process: the directors of classes.
Several where the questions we faced: What’s the role of public school in a democratic society, every day (re)built (re)thought, questioned? How do teachers foresee their role as agents of that school? What conceptions they have of public school, democracy, citizenship and authority?